O terreiro Casa de Nagô, localizado na Rua Candido Ribeiro (antiga Rua das Crioulas), 799 – Centro, foi fundado um pouco depois da Casa das Minas (por volta de 1840), pela africana Josefa, oriunda possivelmente de Abeokutá, que foi consagrada ao orixá Xangô. A Casa foi tombada em 1986 por seu valor histórico para o Estado do Maranhão, através da Superintendência de Proteção ao Patrimônio Histórico, Artístico e Paisagístico do Maranhão- SPPHAP através do Decreto Estadual de n° 10.029.
Na Casa são cultuados orixás e voduns, se canta em língua africana, mas em todos os toques se recebe também gentis (fidalgos) e caboclos e esses são homenageados com algumas doutrinas (cantos) em português (para Dom Luís, Rei de França; Rei Sebastião; Caboclo Guerreiro e outros). Iemanjá, que é festejada no dia 2 de fevereiro, e Xapanã são muito cultuados na Casa. Na festa de Iemanjá é realizado o ritual da queimação de palhinhas do presépio, armado também na Casa das Minas antes do Natal, onde é igualmente reverenciado pelos voduns.
A Casa realiza toques nas festas de São Sebastião, Nossa Senhora da Purificação, Aleluia, São João, São Pedro e Santa Bárbara. Realiza também o ritual da Bancada na 4ª-feira de Cinzas, a Festa do Espírito Santo, e o Mocambo (ou ritual do pagamento), quando as entidades espirituais presenteiam os tocadores, os auxiliares do culto e os colaboradores da Casa. O modelo da Casa de Nagô é o mais adotado pelos terreiros de mina e dela saíram as fundadoras de vários terreiros antigos, como o terreiro do Justino, na Vila Embratel, em funcionamento.
Curadoria: Reinilda de Oliveira Santos