Pierre Edouard Léopold Verger (1902-1996) foi um fotógrafo, etnólogo, antropólogo e pesquisador francês que viveu grande parte da sua vida na cidade de Salvador, capital do estado da Bahia, no Brasil. Ele realizou um trabalho fotográfico de grande importância, baseado no cotidiano e nas culturas populares dos cinco continentes. Além disto, produziu uma obra escrita de referência sobre as culturas afro-baiana e diaspóricas, voltando seu olhar de pesquisador para os aspectos religiosos do candomblé e tornando-os seu principal foco de interesse.
Sem formação acadêmica, nem vínculos institucionais duradouros, Verger foi autodidata, o que o deixou livre para desenvolver a sua forma particular de trabalho. Ele anotava tudo o que via e dedicava a mesma atenção a fontes escritas, relatos orais, cultura material e rituais, além de ter a vantagem de ser um experiente e hábil fotógrafo. As pesquisas que geraram maior produção foram aquelas relacionadas com a religião dos iorubás e seus descendentes, na África e no Brasil; o estudo das consequências sociais, econômicas e políticas do tráfico de escravos para o Brasil e o uso medicinal e litúrgico das plantas.
Foi na África que Verger viveu o seu renascimento, recebendo o nome de Fatumbi, “nascido de novo graças ao Ifá”, em 1953. A intimidade com a religião, que tinha começado na Bahia, facilitou o seu contato com sacerdotes e autoridades e ele acabou sendo iniciado como babalaô – um adivinho através do jogo do Ifá, com acesso às tradições orais dos iorubás. Além da iniciação religiosa, Verger começou nessa mesma época um novo ofício, o de pesquisador.
Curadoria: Equipe MAD-MA
(Fonte: https://www.pierreverger.org/br/)