Museu Afro-Digital valoriza a riqueza do povo afro-brasileiro (02/04/2012)
Seguindo o exemplo de outros estados brasileiros, foi criado no Maranhão Museu Afro-digital. A iniciativa é do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
A memória social de minorias étnicas de várias regiões do Brasil ganhou mais um aliado como fonte de pesquisa e preservação histórica: o Museu Afro-digital. O projeto que começou inicialmente na Bahia, expandiu-se, e ganhou uma versão maranhense que foi lançada na última quinta-feira (29), por meio do programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
O Museu Afro-digital faz parte de uma rede de outros museus afro-digitais que inclui, além da Bahia e Maranhão, os estados de Pernambuco e Rio de Janeiro. Segundo o professor Dr. Sérgio Ferretti, responsável pela coordenação do site do Museu Afro-digital do Maranhão, esta é mais uma ferramenta importante para os pesquisadores e estudiosos entrarem em contato com o presente e o passado da cultura afro-brasileira. Desenvolvido desde 2009 pela Universidade Federal da Bahia, o projeto que contou com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Pró-cultura do Ministério da Cultura. “Estamos digitalizando documentos, vídeos e fotografias. Este é um projeto importante, pois estamos disponibilizando gratuitamente informações de grandes pesquisadores do passado, como parte da coleção de Mário de Andrade, que organizou em 1938, através da Biblioteca Pública Municipal de São Paulo, uma Missão de Pesquisas Folclóricas ao Norte e Nordeste do Brasil que documentou, entre diversas manifestações culturais, o tambor de crioula e o tambor de mina em São Luís”, pontuou Ferretti.
O pesquisador acrescentou que o Museu Afro-digital também colocará à disposição do público, fotografias e informações do fotógrafo e etnólogo autodidata francês, Pierre Verger que dedicou a maior parte de sua vida ao estudo da diáspora africana – o comércio de escravo, as religiões afro-derivadas do novo mundo, e os fluxos culturais e econômicos resultando de experiências para a África. “O Museu Afro-digital vai ajudar a tirar da gaveta nossos trabalhos de pesquisa e torná-lo mais acessível à população. No momento temos mais de duas mil fotografias escaneadas que serão incluídas nas galerias do Museu sobre terreiros, festas populares e pesquisas”, disse. Ferretti explicou ainda, que Museu Afro-Digital está hospedado no site da UFMA e que o Núcleo de Tecnologia da Informação da Universidade está colaborando no programa de organização do projeto.
O Museu Afro-Digital conta com ‘coleções’ que versa sobre religiões, cultura popular, quilombos, movimentos negros e exposições. Na coleção religiões, por exemplo, pode-se ter acesso a fotos e documentos resultantes de pesquisas realizadas pelos professores Sérgio Ferretti e Mundicarmo Ferretti, através do Grupo de Pesquisa Religião e Cultura Popular, desde meados da década de 1980. As imagens documentam festas e rituais públicos realizados em terreiros afro-maranhenses de Tambor de Mina, Umbanda, Pajelança e Terecô. Os pesquisadores documentaram também rituais do catolicismo popular vinculados aos cultos afro-maranhenses. A coleção compõem-se em mais de 6 mil fotos, gravações e vídeo.
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